O DJ e produtor musical Peter Trizor, conhecido como “O Corvo” nas pistas underground, está de volta com uma nova fase artística e pessoal. Após temporadas intensas entre Noruega e Holanda, o artista de Porto Alegre (RS) acaba de lançar o álbum “La Orchestra”, um trabalho autoral e conceitual que representa não só uma nova etapa de sua carreira, mas também uma mudança profunda de estilo de vida.
Com uma trajetória sólida dentro do cenário eletrônico desde 2015, Trizor é reconhecido por sua habilidade em transitar entre Techno, Progressive House, Deep e Trance, conectando subgêneros com naturalidade e criatividade. Agora, com o nascimento de seu filho e a experiência transformadora da paternidade, o produtor canalizou emoções e reflexões para construir um álbum marcado por profundidade, ambientações envolventes e uma estética sonora moderna.
A orquestra da vida como filosofia musical
O conceito de La Orchestra nasceu da percepção de que a vida, assim como uma orquestra sinfônica, exige harmonia, sintonia e esforço coletivo. “Para atingir o auge da perfeição musical ou de um grande show, todos os músicos precisam estar na mesma frequência e seguir o maestro. Com a vida, é igual. Precisamos estar em equilíbrio com tudo que nos cerca”, explica Peter.
Em meio à rotina como pai, marido, DJ e produtor, Trizor mergulhou por quatro meses em seu estúdio, onde nasceu o novo álbum. Com dez faixas inéditas, o disco combina vocais melódicos, linhas de baixo agressivas, atmosferas ambiêntes e efeitos sonoros naturais, como sons de animais — marca registrada do artista. As composições não seguem fórmulas comerciais: cada faixa é uma peça da orquestra, contribuindo com sensações únicas dentro da proposta conceitual.
Raízes brasileiras com espírito europeu
Apesar de ter se estabelecido como produtor em Porto Alegre, Peter tem formação internacional, com passagem por renomadas escolas de música na Holanda. Foi também DJ residente em Amsterdã, onde se conectou profundamente com o som underground europeu, especialmente o techno mais introspectivo e experimental.
Essa bagagem sonora dialoga com sua identidade brasileira, refletida em percussões latinas, ritmos orgânicos e uma conexão espiritual com a natureza. “Me formei musicalmente viajando. A estrada foi minha universidade. Mas foi aqui, sendo pai e reconectando com minha essência, que entendi o verdadeiro valor do que faço”, conta.
‘O Corvo’ que sorri com o som
Seu apelido artístico, “O Corvo”, pode até remeter à escuridão das pistas noturnas, mas sua música tem brilho, emoção e intenção. Com um sorriso no rosto, Peter afirma que busca, através do som, levar alegria, despertar reflexões e criar conexões reais com as pessoas. “Quero que minhas músicas emocionem, que tenham alma. Que o público sinta algo verdadeiro, e não só um drop de impacto”, reforça.
Esse desejo é evidente em La Orchestra, álbum em que o artista imprime camadas de sua própria jornada emocional. “Cada break, cada transição, é como um momento da minha vida: caótico, bonito, às vezes silencioso, às vezes intenso. É como criar a trilha sonora da minha própria transformação”, diz.
A evolução de um artista conectado com o agora
Peter Trizor é hoje um artista completo — que carrega na bagagem as influências da música eletrônica europeia, o calor da brasilidade e a profundidade de quem enxerga o som como um instrumento de mudança. La Orchestra é o reflexo de um momento de clareza, onde maturidade, sensibilidade e talento se unem para criar algo único no cenário nacional.
Com lançamento disponível em todas as plataformas digitais, o álbum deve ganhar em breve versões remixadas, sets especiais e apresentações ao vivo. Para os fãs da música eletrônica melódica, emocional e conceitual, La Orchestra é um convite para mergulhar em um universo onde cada faixa é uma peça essencial na sinfonia da vida.