Rodrigo eberienos celebra conquista histórica ao vencer o world harmonica festival 2025 na alemanha

Gaitista carioca leva o 1º lugar na categoria Blues/Rock/Country/Folk no maior evento mundial dedicado à harmônica, realizado em Trossingen, a capital global do instrumento

O gaitista carioca Rodrigo Eberienos acaba de conquistar um marco histórico para a música instrumental brasileira. Ele venceu o 1º lugar na categoria Diatônica Blues/Rock/Country/Folk do World Harmonica Festival 2025, o mais importante encontro internacional dedicado à harmônica, realizado em Trossingen, na Alemanha. O festival, conhecido como a “capital mundial da gaita”, acontece a cada quatro anos e reúne músicos de dezenas de países em uma programação intensa que inclui competições, shows, workshops e intercâmbio artístico.

Com mais de 30 anos de trajetória e recém-lançando o álbum New Old Stock, Rodrigo Eberienos reafirma sua posição como uma das principais referências brasileiras na harmônica. Seu trabalho, que combina a tradição do blues com nuances da música brasileira, ganha agora reconhecimento mundial ao alcançar o maior pódio da categoria mais concorrida do festival.

Vitória que representa o Brasil na cena internacional

A conquista de Rodrigo no World Harmonica Festival 2025 é celebrada como uma vitória não apenas pessoal, mas também coletiva para a cena da música instrumental brasileira. O festival, realizado entre 29 de outubro e 2 de novembro, recebeu centenas de gaitistas de diferentes países e diferentes gerações — desde jovens estudantes até figuras consagradas do blues, jazz e folk.

O músico concorreu em duas categorias: Cromática Jazz e Diatônica Blues/Rock/Country/Folk. Foi justamente nesta última que garantiu o 1º lugar.

Trossingen: o berço da harmônica mundial

O World Harmonica Festival tem um significado especial por acontecer em Trossingen, cidade-sede da Hohner, a mais tradicional fábrica de harmonias e acordeões do mundo. Desde 1989, o festival se tornou um ponto de encontro obrigatório para quem respira a música da gaita — seja na tradição do blues, do folk, da música clássica ou do jazz moderno.

Organizado pela Hohner Conservatory e pela Fédération Internationale de l’Harmonica (FIH), o festival vai muito além das competições. Ele funciona como um grande congresso, onde artistas se reúnem para trocar técnicas, compartilhar repertórios, aprender com ícones históricos do instrumento e participar de jams que atravessam a madrugada.

A maturidade artística de três décadas

Rodrigo Eberienos não é um nome desconhecido no cenário nacional. Com mais de 30 anos de carreira, ele construiu um repertório que transita entre o blues tradicional, o soul, o zydeco e influências brasileiras que aparecem de forma sutil, mas marcante, em sua sonoridade.

Sua formação como gaitista combina experiências da cena instrumental brasileira com a vivência no blues norte-americano. Nos últimos anos, vem consolidando seu nome como um dos grandes representantes da gaita diatônica e cromática no país.

Além do trabalho solo, Rodrigo já tocou com artistas populares como Sandy & Júnior e Zezé Di Camargo & Luciano, e participou de trilhas de novelas como A Favorita, America, Começar de Novo, Babilônia e Malhação, além do programa humorístico A Turma do Didi, de Renato Aragão. Sua presença em trilhas televisivas ampliou a visibilidade da harmônica para além da cena instrumental, aproximando o grande público do instrumento.

New Old Stock: o álbum que traduz sua essência

Em 2025, Rodrigo lançou o álbum New Old Stock, uma obra que sintetiza sua maturidade musical. O disco traz releituras de clássicos do blues e uma faixa autoral com influências de soul, zydeco e música brasileira. O projeto combina tradição e inovação, e apresenta uma gaita versátil, expressiva e tecnicamente refinada.

O álbum já está disponível nas plataformas de streaming e tem recebido elogios da crítica especializada. Em sua estética, Rodrigo busca conectar o passado — homenageando as raízes do blues — ao presente, com arranjos e nuances modernas. Essa combinação faz de New Old Stock um retrato fiel de seu estilo artístico: autêntico, cuidadoso e emocional.

Um reconhecimento que atravessa fronteiras

A vitória no World Harmonica Festival amplia a presença do Brasil em um universo onde o blues é predominante e majoritariamente marcado por artistas norte-americanos e europeus. Ganhando o primeiro lugar na categoria que celebra o blues, o rock, o folk e o country, Rodrigo prova que o talento brasileiro pode ocupar um espaço central na cena internacional da gaita.

O prêmio também reforça a importância da harmônica na música brasileira, que possui figuras históricas e contemporâneas que exploram o instrumento com profunda personalidade. Ao conquistar um festival desta magnitude, Rodrigo ajuda a projetar novos olhares para a gaita no Brasil, incentivando novas gerações de gaitistas e músicos instrumentistas.

Um artista que une sensibilidade e virtuosismo

Ao longo de sua carreira, Rodrigo Eberienos sempre soube equilibrar técnica e emoção. Seu estilo de tocar destaca nuances expressivas, bends firmes, vibratos precisos e improvisações fluidas — características essenciais para quem domina a gaita no blues e no jazz.

Mas o que o diferencia é a sensibilidade brasileira incorporada naturalmente ao seu fraseado. A leveza, o swing e a melodia brasileira estão presentes mesmo quando o repertório mergulha em tradições estrangeiras. Esse traço personalíssimo tem sido reconhecido por estudiosos da gaita e músicos experientes, especialmente após a projeção internacional do festival.

A vitória como legado e inspiração

O primeiro lugar de Rodrigo no World Harmonica Festival 2025 não é apenas a celebração de um momento especial. É um marco artístico que fortalece a música brasileira, inspira novos gaitistas e consolida o nome do Brasil entre os países que valorizam a linguagem da harmônica.

A conquista também reforça que a gaita é um instrumento com enorme versatilidade, capaz de dialogar com estilos diversos e recorrer a técnicas inovadoras. Ao trazer esse reconhecimento para o país, Rodrigo amplia a presença da música instrumental brasileira no exterior e intensifica a visibilidade de músicos que dedicam suas vidas à arte.

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