Com curadoria da BOA Música, Brazil Week acontece no Lincoln Center e reforça presença do Brasil no mercado cultural dos EUA
Brazil Week leva diversidade da música brasileira ao palco do Lincoln Center em Nova York
A música brasileira ganha um novo capítulo de projeção internacional em 2025 com a realização do festival Brazil Week, no Lincoln Center, em Nova York. O evento, que acontece ao longo do mês de julho dentro da programação “Summer for the City”, conta com a curadoria da BOA Música e reúne nomes como Liniker, Lenine e outros importantes artistas da cena contemporânea brasileira.
A iniciativa é vista como um marco para a presença do Brasil no mercado musical norte-americano e combina apresentações ao vivo com uma vitrine de negócios voltada à indústria cultural. O objetivo é não apenas entreter, mas também fomentar oportunidades de colaboração entre profissionais da música dos dois países.
“É um momento histórico para a música brasileira em Nova York. Estamos ocupando um dos centros culturais mais importantes dos Estados Unidos com nossa diversidade e potência criativa”, afirma Heloisa Aidar, diretora da BOA Música, responsável pela produção e curadoria do festival ao lado de Jordana Leigh, vice-presidente de programação do Lincoln Center.
Música brasileira em destaque no verão nova-iorquino
A programação do Brazil Week reflete a pluralidade de estilos que compõem a cena musical brasileira. De nomes consagrados como Lenine — com sua fusão entre MPB, rock e regionalismos — a artistas da nova geração como Liniker — cuja presença de palco e potência vocal se tornaram símbolo de representatividade — o festival aposta em uma seleção que revela tanto o legado quanto o futuro da música produzida no país.
Além das apresentações, o festival oferece um ambiente de networking com supervisores musicais norte-americanos, figuras estratégicas na inserção de trilhas sonoras em produções de cinema, publicidade e televisão. Essa parte da programação se conecta ao bom momento do audiovisual brasileiro no exterior, com produções recentes premiadas em Cannes e no Oscar.
“Essa ponte entre música e audiovisual é fundamental. Estamos mostrando ao mercado que a música brasileira é sofisticada, atual e altamente exportável”, ressalta Aidar.
BOA Música: uma ponte entre Brasil e EUA
A BOA Música, curadora da Brazil Week, é uma editora musical independente fundada após sua atuação inicial dentro da Altafonte. Desde 2023, a empresa passou a operar de forma autônoma e fortaleceu sua presença internacional, com escritórios nos Estados Unidos e planos de expansão que incluem produção de eventos, consultorias e licenciamento musical.
Com a Brazil Week, a empresa não apenas amplia sua atuação no mercado americano, como também consolida uma missão: conectar artistas brasileiros a oportunidades globais, com foco em sustentabilidade econômica, diversidade e inovação.
Lincoln Center como palco simbólico
Realizar o festival no Lincoln Center é mais do que uma escolha logística: trata-se de um gesto simbólico. O espaço, conhecido por abrigar algumas das instituições culturais mais prestigiadas dos Estados Unidos, como a New York Philharmonic e a Metropolitan Opera, é um palco de visibilidade internacional.
Integrar a programação do “Summer for the City”, iniciativa do Lincoln Center que valoriza a diversidade cultural durante o verão, posiciona a música brasileira como parte de uma programação artística relevante, acessível e antenada com as discussões contemporâneas sobre identidade, pluralidade e representatividade.
Música como identidade, protesto e transformação
O destaque da música brasileira em festivais internacionais acompanha uma tendência percebida ao longo de 2025: o fortalecimento da música como linguagem de identidade e transformação. Projetos como “A Voz e a Vez Delas”, que incentiva a presença feminina em festivais regionais, e episódios como a viralização de um músico que atendeu a mãe no palco, mostram como o setor está cada vez mais sensível às pautas sociais e afetivas.
Nesse contexto, o Brazil Week não é apenas uma vitrine para a música nacional, mas um espaço de troca cultural e política, onde artistas podem dialogar com o público global a partir de seus repertórios pessoais e coletivos.
De Roberto Carlos a Matuê: o som do Brasil no mundo
O festival em Nova York se insere em uma temporada intensa para a música brasileira, que tem visto uma convivência harmoniosa — e por vezes surpreendente — entre diferentes gêneros e gerações. Enquanto Sister Nancy, lenda do reggae, leva sua sonoridade para palcos cariocas e paulistas, ícones como Roberto Carlos seguem firmes em suas turnês e nomes como Matuê continuam atraindo multidões com o trap nacional.
Nesse ecossistema musical tão vibrante, o Brazil Week contribui para reforçar a imagem do Brasil como um dos centros criativos mais relevantes do planeta. A expectativa é que o evento abra portas para novas edições, parcerias institucionais e maior circulação internacional dos artistas brasileiros.